Quando o mar se fecha e o rio seca: os novos ventos (e tormentas) que estão redesenhando os cruzeiros em 2025

Já imaginou embarcar em um cruzeiro dos sonhos pelo Mediterrâneo e, de repente, descobrir que metade dos portos virou zona de risco diplomático? Ou então reservar uma viagem romântica pelo Reno e acabar dentro de um ônibus, porque o rio ficou mais raso que papo de aplicativo de namoro? Pois é. Bem-vindo a 2025, o ano em que o turismo náutico está navegando em mares (literalmente) revoltos.

Em meio a tensões geopolíticas, instabilidades climáticas e uma dose forçada de reinvenção, o setor de cruzeiros está redesenhando rotas a todo vapor. E nós, viajantes, somos convidados a sair da rota óbvia para descobrir novos portos, novas histórias e novos desafios.


Parte 1 — Quando o mar se fecha: a geopolítica assume o leme

Esqueça a imagem clássica do coquetel no deck. Em 2025, muitas rotas tradicionais estão sendo suspensas ou modificadas devido a crises internacionais que mudam mais rápido do que o buffet do jantar.

O Mar Vermelho virou zona cinzenta

Com os conflitos envolvendo a Península Arábica e o estreito de Bab el-Mandeb, companhias como MSC, Costa e Carnival já cancelaram suas paradas em destinos como Egito, Israel, Jordânia e Arábia Saudita.

Consequências:

  • O Canal de Suez perdeu protagonismo, forçando navios a contornar o Cabo da Boa Esperança — aumentando custos e tempo de viagem.
  • Portos em Omã, África do Sul e até nas Ilhas Maurício ganham destaque em roteiros longos e exóticos.

Mediterrâneo em estado de alerta

Instabilidades políticas na fronteira leste da Europa e tensões com a Turquia estão levando operadoras a simplificar itinerários que antes incluíam Grécia, Turquia e arredores. Em resposta, destinos menos badalados como Elba, Córsega e Menorca começam a brilhar. É o surgimento de uma “renascença do Mediterrâneo Ocidental”, como apontam especialistas.


Parte 2 — A seca que rebaixou os cruzeiros fluviais

Enquanto os mares se complicam, os rios estão… sumindo. Literalmente. A crise climática impactou em cheio o turismo fluvial europeu.

O Reno, por exemplo, anda baixo — e não só no astral

Nos últimos verões, o nível da água em alguns trechos caiu para menos de 30 cm, o que impede a navegação de embarcações médias e grandes. As operadoras estão se adaptando como podem:

  • Ajustando os navios para calados mais baixos
  • Substituindo partes da viagem por trechos terrestres
  • Criando experiências híbridas: parte em barco, parte em ônibus ou trem

Mas há um lado bom: o protagonismo de novos rios

Com os destinos clássicos enfrentando desafios, alternativas ganham espaço:

  • Rio Elba (Alemanha e República Tcheca), com paradas em Dresden e Praga
  • Canal du Midi (sul da França), ideal para quem busca charme, navegação leve e enoturismo
  • Rio Douro (Portugal), mais estável e valorizado, com paisagens de vinhedos e vilarejos históricos

Conversamos com Laura Menezes, consultora especializada em cruzeiros fluviais há duas décadas. Segundo ela, “o passageiro de 2025 está mais maduro e aberto a trocar o tradicional pelo exclusivo. As empresas também evoluíram, com navios híbridos e tecnologias para ajustar rotas em tempo real”.


Dicas para quem quer embarcar (com segurança e emoção)

  1. Escolha companhias com rotas alternativas e flexíveis
    • A CroisiEurope e a Viking River Cruises estão expandindo roteiros no Leste Europeu.
    • Scenic e Emerald Cruises apostam em Portugal e sul da França.
    • Ponant e Silversea desenvolvem roteiros no Adriático, evitando zonas de instabilidade.
  2. Fique atento às políticas de reembolso e adaptação
    Muitas operadoras oferecem garantias climáticas, com remanejamento gratuito em caso de mudanças de rota.
  3. Leve o espírito explorador a sério
    2025 é o ano de conhecer destinos fora do radar, descobrir joias escondidas e, por que não, refazer o roteiro no meio da viagem.

Navegar nunca foi tão incerto — e tão interessante

O turismo náutico está longe de ser estático. Ele se adapta, se transforma e convida o viajante a fazer o mesmo. Em um mundo onde mares se fecham por causa da geopolítica e rios desaparecem com o clima, os mapas mudam — mas o fascínio de viajar sobre a água permanece.

Você pode não ir exatamente para onde queria… mas talvez vá para onde precisava ir.

Ilhas Canárias: Aventuras Geológicas no Paraíso Vulcânico

Se você é daqueles que acha que férias perfeitas envolvem trilhas em crateras, paisagens lunares e um toque de adrenalina, as Ilhas Canárias são o seu destino ideal. Este arquipélago espanhol, localizado no meio do Atlântico, oferece uma combinação única de beleza natural, atividade vulcânica e cultura vibrante.


Como Chegar às Ilhas Canárias?

Voos Internacionais
Para chegar às Ilhas Canárias a partir do Brasil, o trajeto mais comum é:

  1. Brasil → Lisboa ou Madrid: Várias companhias aéreas oferecem voos diretos.
  2. Lisboa/Madrid → Ilhas Canárias: Voos frequentes para Tenerife, Gran Canaria, Lanzarote e Fuerteventura.

Ferries e Voos Inter-ilhas
Para explorar diferentes ilhas, você pode utilizar:
• Voos operados por companhias como Binter Canarias e CanaryFly.
• Ferries das empresas Fred. Olsen e Naviera Armas, que conectam as ilhas principais.


Principais Destinos Vulcânicos

Parque Nacional do Teide (Tenerife)
O Teide é o pico mais alto da Espanha, com 3.718 metros. Você pode subir até o topo por trilhas ou utilizar o teleférico. A vista lá de cima é simplesmente espetacular.
• Teleférico: €38 ida e volta
• Permissão para o cume: Gratuita, mas deve ser solicitada com antecedência

Parque Nacional de Timanfaya (Lanzarote)
Este parque oferece paisagens que parecem de outro planeta, com campos de lava e gêiseres naturais. As erupções mais recentes ocorreram em 1824, mas a atividade geotérmica ainda é evidente.

Rota dos Vulcões (La Palma)
Uma trilha de 18 km que atravessa o Parque Natural de Cumbre Vieja, passando por diversos cones vulcânicos e oferecendo vistas deslumbrantes. É uma caminhada desafiadora, mas recompensadora.


Custos Estimados

• Passagem aérea (Brasil – Ilhas Canárias): a partir de R$ 3.500,00 (ida e volta)
• Hospedagem: diárias entre €50 a €150, dependendo da ilha e do tipo de acomodação
• Aluguel de carro: €25 a €50 por dia
• Alimentação: refeições entre €10 a €30


Dicas Práticas

• Equipamento: use calçados apropriados para trilhas e leve roupas para diferentes climas
• Segurança: sempre verifique as condições meteorológicas e siga as orientações dos parques
• Sustentabilidade: respeite a natureza e siga as trilhas designadas


Melhor Época para Visitar
As Ilhas Canárias têm clima ameno o ano inteiro, mas a melhor época para atividades ao ar livre é de abril a outubro. Durante o inverno (dezembro a fevereiro), algumas áreas podem ter temperaturas mais baixas e maior chance de chuvas.


Se você está pronto para uma aventura geológica inesquecível, as Ilhas Canárias estão te esperando com trilhas desafiadoras, paisagens de tirar o fôlego e uma cultura rica e acolhedora. Prepare suas botas de caminhada e sua curiosidade científica, e embarque nessa jornada única!

Turismo ancestral: a viagem onde o destino é você (mas com passaporte e uma pitada de emoção)

Você já pensou em fazer uma viagem onde o roteiro foi escrito pelos seus bisavós?
Onde a lembrança de família vira ponto turístico, a certidão de nascimento vira mapa, e o maior souvenir é descobrir de onde você realmente veio?

Bem-vindo ao turismo ancestral e de raízes, um tipo de viagem que tem tudo pra ser o novo boom emocional e existencial do século XXI. Mais do que ver paisagens bonitas, aqui você vai escavar a própria história — e, quem sabe, entender por que seu avô sempre fazia polenta às segundas.


Mas o que é turismo ancestral, afinal?
Também chamado de genealogy travel (porque em inglês tudo parece mais cool), esse tipo de turismo é voltado pra quem quer reconectar-se com suas origens, explorar o país ou região dos antepassados e, de quebra, fazer uma viagem que tem mais a ver com identidade do que com atrações turísticas.

Você não vai só ver castelos. Vai visitar a vila onde sua tataravó nasceu, o cemitério onde está enterrado aquele bisavô que fugiu da guerra, ou a igreja onde seus trisavós se casaram com direito a bigode, véu e charrete.


De onde veio esse interesse repentino pelas raízes?
Culpa (ou mérito) de:

  • Testes de DNA que revelam que você tem 12% de viking e 3% de berbere
  • Plataformas de genealogia como MyHeritage, Ancestry e FamilySearch, que hoje cruzam dados de cartórios, censos e batistérios do século 18
  • E da vontade crescente de viajar com propósito, não só com check-in no Instagram

Ah, e tem mais: em tempos de globalização frenética, muita gente sente falta de pertencimento. E descobrir que você tem sangue italiano, africano, árabe ou indígena pode ser mais revelador que qualquer passeio guiado.


Quais são os destinos mais procurados no turismo ancestral?
Vai depender do seu sobrenome — e das histórias que rolam nas reuniões de família.

1. Itália: a terra das nonnas, massas e batistérios
Muitos brasileiros com sobrenomes como Rossi, De Luca ou Bianchi têm raízes no Vêneto, Calábria ou Campânia.
Várias cidades pequenas têm arquivos paroquiais milenares e prefeituras que já estão acostumadas com turistas atrás de “seus mortos”.

Como chegar:
Voos do Brasil para Roma ou Milão saem a partir de R$ 3.000 ida e volta.
Depois, trens regionais por R$ 40 a R$ 100 levam você até os vilarejos mais escondidos.

Dica bônus:
Muitos lugares têm agências locais especializadas em turismo genealógico, que ajudam na pesquisa e ainda arrumam um tradutor simpático que conhece todo mundo na vila.


2. Portugal: o lar de muitos sobrenomes e um café forte como a saudade
Portugueses vieram ao Brasil em massa no século XIX e XX, especialmente das regiões do Minho, Trás-os-Montes e Alentejo.
É comum encontrar igrejas com livros de batismo de 1600, padres genealogistas e até museus de emigração que ajudam na busca.

Como chegar:
Voos diretos para Lisboa ou Porto a partir de R$ 2.800, com ótimas conexões de ônibus ou trem para o interior.

Extras emocionais:
Muitos viajantes acabam descobrindo parentes vivos — sim, aquele “primo de 7º grau” que ainda vive no mesmo bairro da bisa.


3. África Ocidental: raízes profundas e intensas
Para brasileiros descendentes de africanos escravizados, há uma busca crescente por Benim, Nigéria, Gana e Angola, na tentativa de se reconectar com uma história apagada.
É turismo, mas também é reconstrução histórica, ancestralidade e cura.

Voos e logísticas:
Geralmente partindo com conexões via Europa ou Marrocos, custando entre R$ 4.000 e R$ 6.000 ida e volta.

Dica de ouro:
Agências especializadas em afroturismo como a Afrotours ajudam a montar roteiros respeitosos e profundos, com foco cultural e espiritual.


4. Leste Europeu: Ucrânia, Polônia e Lituânia no mapa dos descendentes do leste
Muita gente não sabe que os “alemães do Sul do Brasil”, por exemplo, vieram de regiões hoje pertencentes à Polônia ou Ucrânia.
Lá, ainda existem vilas com os mesmos nomes das colônias no Brasil, e arquivos preservados em igrejas ortodoxas.

Como chegar:
Voos com múltiplas conexões a partir de R$ 4.500, e o resto da aventura pode ser feito de trem, carro alugado ou até carroça, se o espírito da ancestralidade mandar.


Mas como eu começo a montar minha viagem ancestral?

  1. Comece em casa: pergunte tudo pra sua avó. Sério. Ela sabe mais que o Google.
  2. Use sites de genealogia:
    • MyHeritage
    • Ancestry.com
    • FamilySearch
  3. Reúna documentos: certidões, passaportes antigos, fotos, cartas. Tudo ajuda.
  4. Escolha seu destino com base nas pistas.

Se for o caso, contrate consultores genealógicos ou agências especializadas — eles fazem o trabalho braçal enquanto você sonha com o roteiro.


O custo emocional? Incalculável.
O valor financeiro? Planejável.

  • Passagens: entre R$ 3.000 e R$ 6.000, dependendo do destino
  • Hospedagem: vá de pousadinhas locais a Airbnb, entre R$ 150 e R$ 500 por diária
  • Guias e tradutores: entre R$ 300 e R$ 800 por dia, mas vale cada centavo pra entender o que está rolando
  • Consultoria genealógica: pacotes entre R$ 1.000 e R$ 5.000 com pesquisa e roteiro

Conclusão: turismo de raiz é turismo com alma
No fim das contas, essa não é a viagem dos seus sonhos. É a viagem dos sonhos de quem veio antes de você.
É reencontrar um lugar que você nunca conheceu, mas que, de alguma forma, já te pertence.
É a rota mais humana que um passaporte pode carimbar.

Malta na mira: a ilha que está dando uma aula de como driblar o turismo de massa e ainda sair charmosa na foto

Enquanto multidões se acotovelam nas Ramblas de Barcelona ou travam duelos por uma sombra em Ibiza, uma pequena joia no coração do Mediterrâneo observa tudo da sua espreguiçadeira de pedra dourada, tomando um vinho local e dizendo: “podem vir com calma, aqui cabe mais um”.

Essa é Malta. Pequena no tamanho, gigante na astúcia. A ilha que, sem fazer alarde, está se tornando a queridinha dos britânicos e de viajantes espertos que querem sol, história, cultura e mar azul — mas sem parecer figurante de uma rave internacional.

Por que Malta agora? E por que todo mundo está falando dela?

Com o boom do overtourism em destinos mediterrâneos clássicos como Espanha, França e Itália, Malta se posiciona como a alternativa charmosa, tranquila e autêntica — e, convenhamos, com um sotaque irresistível.

Em 2025, o país intensificou sua estratégia turística com foco em:

  • Hospitalidade personalizada
  • Sustentabilidade real (não só discurso em PowerPoint)
  • Experiências culturais profundas, não apenas “selfies em ruínas”
  • E claro: um clima que beira o indecente de tão agradável

O resultado? Um aumento de 27% nas reservas feitas por britânicos em relação ao ano passado.

Mas Malta não quer virar a próxima Santorini lotada de drones: quer um crescimento consciente. E tá fazendo isso direitinho.


Onde fica Malta (e por que você deveria querer ir agora)?

Malta é um arquipélago entre a Sicília e a Tunísia, com três ilhas principais:

  • Malta (a maior e onde tudo acontece)
  • Gozo (a rústica e charmosa)
  • Comino (a do mar que parece tela de descanso do Windows XP)

Apesar de minúscula (todo o país cabe em menos de 320 km²), Malta tem mais história que muito país continental. Já foi lar de cavaleiros templários, colônia britânica, cenário de “Game of Thrones” e — surpresa — também fala inglês oficialmente.

Sim, aqui você pode pedir um café e perguntar onde fica o próximo sítio arqueológico sem precisar usar o Google Tradutor. É o tipo de praticidade que todo viajante ama.


O que esperar de Malta (além de se apaixonar sem querer)

1. História em camadas
Malta é tipo uma lasanha histórica: fenícios, romanos, árabes, normandos, franceses e britânicos passaram por aqui e deixaram tempero.

  • Valletta, a capital, é patrimônio da UNESCO e parece um museu a céu aberto
  • Os templos megalíticos de Ħaġar Qim e Mnajdra são mais antigos que Stonehenge
  • Em Mdina, a “cidade silenciosa”, parece que o tempo tirou férias

2. Mar, mar e mais mar (mas com sossego)
Esqueça praias lotadas de Ibiza. Em Malta, há enseadas escondidas, águas cristalinas e tranquilidade mesmo no verão.

  • Blue Lagoon, em Comino, é quase irreal
  • Ramla Bay, em Gozo, tem areia alaranjada e vibe roots
  • E há quem prefira simplesmente mergulhar de uma pedra direto no azulão

3. Gastronomia com sotaque e alma
A comida maltesa é um mix entre italiana, árabe e britânica.

  • Experimente o ftira (tipo uma pizza ancestral com atum e azeitonas)
  • Peça um coelho estufado, prato nacional
  • E não vá embora sem provar os doces com tâmaras e o vinho local (sim, Malta faz vinho — e é bom!)

4. Hospitalidade como diferencial
Em Malta, você é mais que turista — você é convidado.
Hotéis familiares, pousadas boutique e restaurantes onde o dono puxa papo são comuns.
Esqueça o check-in robótico e o garçom apressado. Aqui, o tempo é outro.


Quanto custa viajar pra Malta?

Spoiler: menos do que parece.

Passagens aéreas:

  • Com voos com conexão saindo do Brasil via Roma ou Lisboa, dá pra chegar a Malta por R$ 3.800 a R$ 5.200 ida e volta (dependendo da época)

Hospedagem:

  • Hostels em Valletta: a partir de R$ 130 a diária
  • Hotéis 3 estrelas: entre R$ 250 a R$ 400
  • Hotéis boutique com vista pro mar: R$ 500 a R$ 800 — e valem cada centavo

Transporte:

  • O país é bem conectado por ônibus, e um passe semanal custa cerca de R$ 90
  • Alugar carro pode ser boa ideia pra explorar Gozo (mas atenção: direção na mão inglesa!)

Comida:

  • Refeições completas por R$ 60 a R$ 90
  • Petiscos e cafés locais por R$ 20
  • E o vinho da casa? Sempre uma pechincha

Como chegar e quando ir

  • Melhor época: abril a junho e setembro a outubro — clima perfeito e menos turistas
  • Voos: via Roma, Lisboa, Istambul ou Frankfurt. A Air Malta tem parcerias com grandes companhias
  • Dica de ouro: combine Malta + Sicília numa mesma viagem — duas culturas mediterrâneas, uma vibe única

Conclusão: Malta é o segredo que não vai ficar escondido por muito tempo

Com sua proposta inteligente de crescimento turístico, Malta prova que dá sim pra atrair viajantes sem virar vitrine de Instagram ou parque temático para mochileiros em modo turbo.

É o destino pra quem quer viver o Mediterrâneo de verdade — com calor humano, mar azul e história nos olhos (e não nos ouvidos de um guia gritando com megafone).

“Guiana Brasileira”? Não, meu amor, isso é a Ilha da Madeira: o paraíso português que exportou Cristiano Ronaldo

Se você abriu a internet nos últimos dias, provavelmente se deparou com o meme que colocou nossos irmãos lusitanos na beira de um colapso diplomático: um mapa mostrando Portugal incorporado ao Brasil com a legenda “Guiana Brasileira”. A zoeira foi longe, os portugueses reagiram (com razão e sotaque), e o brasileiro, como sempre, achou tudo hilário.

Mas, memes à parte, vamos falar sério (ou quase): se a Ilha da Madeira fosse mesmo brasileira, ela ia ser o nosso Havaí. Sol, montanha, vinho, mar, floresta, levada, Cristiano Ronaldo de sunga… enfim, um combo turístico que beira o delírio coletivo.

E já que ela continua, sim, portuguesa (ou até que os memes não gerem uma ruptura geográfica), fica aqui o nosso convite: vá conhecer a Ilha da Madeira antes que vire um estado brasileiro no Google Imagens.


Mas que ilha é essa?

Localizada no meio do Atlântico, entre Portugal e o Marrocos, a Madeira é uma ilha vulcânica portuguesa que entrega de bandeja o que muita gente viaja meio mundo procurando: clima primaveril o ano inteiro, paisagens dramáticas de cair o queixo e hospitalidade que faz você se sentir em casa — ou melhor, na casa da avó que sabe fazer poncha.

Se fosse mesmo parte do Brasil, o povo da Madeira ia ser do tipo que te recebe com peixe-espada e bolo do caco, e te manda embora com garrafa de vinho da família.


Top 5 coisas para fazer na Madeira (além de zoar o meme da Guiana)

1. Visitar o Museu Cristiano Ronaldo (sim, isso existe e é bom)
Ele nasceu aqui. Ele treinou aqui. Ele driblou meio bairro aqui. E agora tem um museu inteiro em sua homenagem: o CR7 Museum, em Funchal. Tem troféu, camisa, chuteira, estátua (duas, se contar a polêmica da cara derretida no aeroporto), e até um hotel cinco estrelas com o selo do mito.
Preço: €5,00 (cerca de R$27)

2. Explorar as Levadas – caminhadas entre vales e cachoeiras
As levadas são canais de irrigação centenários que viraram trilhas de trekking cinematográficas. A mais famosa? Levada das 25 Fontes, que parece saída de um filme do Studio Ghibli.
Dica: vá com guia se for novato e use tênis com sola boa. Escorregar na Guiana Brasileira não é uma morte digna.

3. Subir o Pico do Arieiro e ver o nascer do sol acima das nuvens
Quer se sentir num clipe da Enya? Acorde às 5h da manhã, suba de carro até o Pico do Arieiro e assista o sol nascer acima das nuvens.
É tipo espiritual, só que com casaco corta-vento e café na garrafa térmica.
Entrada: gratuita. Emoção? Incalculável.

4. Provar poncha no Mercado dos Lavradores
Feita com aguardente de cana, mel e limão, a poncha é o elixir oficial da ilha. Pode até substituir o álcool em gel.
No Mercado dos Lavradores, em Funchal, você encontra não só a bebida, mas também frutas exóticas, flores raras e comerciantes com o sotaque madeirense que parece poesia bêbada.
Valor de uma poncha: €2,50 (R$13 e algumas verdades)

5. Descer os carrinhos do Monte (e pagar por isso com orgulho)
Você já desceu uma ladeira de mais de 2 km num cesto de vime empurrado por dois senhores vestindo trajes brancos e chapéu de palha?
Pois na Madeira isso é um transporte turístico tradicional. É insano. E é imperdível.
Preço: €27 (R$147) por carrinho para duas pessoas. Mais barato que terapia.


Como chegar?

Você pode voar do Brasil até Lisboa ou Porto e de lá pegar um voo para o Aeroporto Cristiano Ronaldo (sim, é o nome oficial) em Funchal.
A rota aérea costuma ter boa oferta, e passagens a partir de R$3.000 ida e volta, dependendo da época e promoções.


Quando ir?

A ilha tem clima ameno o ano inteiro, mas entre abril e outubro, a chance de pegar sol e mar azul turquesa é maior.
Evite o inverno europeu se quiser curtir trilhas e banhos de mar — a não ser que esteja mais interessado na parte gastronômica (o que também vale muito).


Hospedagem

Você encontra desde hotéis boutique em Santana (com casinhas triangulares típicas) até resorts pé-na-areia em Funchal.
A diária média gira entre R$300 e R$800, com opções luxuosas ultrapassando os R$2.000.


E aí, é Portugal ou Brasil com filtro europeu?

A verdade é que a Ilha da Madeira é Portugal raiz, mas com um toque tropical que poderia muito bem ter saído do litoral fluminense.
É um destino para quem quer descobrir o lado menos óbvio do país, fugir do turismo de massa de Lisboa e Porto, e mergulhar num pedaço do Atlântico que mistura montanha, mar, vinho, futebol e paisagens lunares.

E se alguém te perguntar se está indo pra “Guiana Brasileira”, você responde com sotaque madeirense e uma poncha na mão:
“Não, estou indo pro paraíso. E ele tem nome: Madeira.”

Slow Travel de Bike: Três Rotas Europeias para Pedalar Sem Pressa e com Estilo

Se você já se pegou sonhando em trocar o trânsito caótico por trilhas tranquilas, paisagens deslumbrantes e o som das engrenagens da bicicleta, bem-vindo ao mundo do slow travel com foco em cicloturismo. Esta tendência sustentável e saudável está ganhando força na Europa, apoiada por políticas públicas que incentivam viagens de bicicleta em rotas seguras e bem estruturadas.

Vamos explorar três destinos imperdíveis para quem deseja pedalar com calma e apreciar cada momento da jornada.

ViaRhôna (França): Dos Alpes ao Mediterrâneo em Duas Rodas


Distância: 815 km
Duração sugerida: 10 a 14 dias
Nível de dificuldade: Moderado
Site oficial: en.viarhona.com

A ViaRhôna conecta o Lago de Genebra, na Suíça, ao Mar Mediterrâneo, na França. Ao longo do caminho, você passa por paisagens variadas, desde os Alpes até as praias da Camargue, cruzando vinhedos, vilarejos pitorescos e cidades históricas como Lyon e Avignon.

Destaques da Rota:

  • Lyon: Conhecida por sua gastronomia e arquitetura renascentista.
  • Avignon: Famosa pelo Palácio dos Papas e sua ponte medieval.
  • Camargue: Região com flamingos, cavalos brancos e praias intocadas.

Como Chegar:

  • Aéreo: Voos do Brasil para Genebra (Suíça) ou Lyon (França).
  • Transporte local: Trens regionais aceitam bicicletas e conectam as cidades ao longo da rota.

Custos Estimados:

  • Passagem aérea: A partir de R$ 3.500 (ida e volta).
  • Hospedagem: €50 a €120 por noite.
  • Aluguel de bicicleta: €20 a €40 por dia.

Camino Natural del Ebro (Espanha): Pedalando ao Longo do Rio Ebro

Distância: 944 km
Duração sugerida: 12 a 16 dias
Nível de dificuldade: Moderado a desafiador

O Camino Natural del Ebro segue o curso do rio Ebro, o mais longo da Espanha, desde sua nascente na Cantábria até o delta no Mar Mediterrâneo. A rota combina paisagens naturais, vilarejos encantadores e rica herança cultural.

Destaques da Rota:

  • La Rioja: Região vinícola famosa por seus vinhos tintos.
  • Zaragoza: Cidade histórica com a Basílica de Nossa Senhora do Pilar.
  • Delta do Ebro: Área de biodiversidade com praias e arrozais.

Como Chegar:

  • Aéreo: Voos do Brasil para Madri ou Barcelona.
  • Transporte local: Trens e ônibus conectam as cidades da rota (verificar regras para bicicletas).

Custos Estimados:

  • Passagem aérea: A partir de R$ 3.200 (ida e volta).
  • Hospedagem: €40 a €100 por noite.
  • Aluguel de bicicleta: €15 a €35 por dia.

EuroVelo 6: Do Atlântico ao Mar Negro


Distância: 3.653 km
Duração sugerida: 30 a 60 dias
Nível de dificuldade: Variado
Site oficial: en.eurovelo.com

A EuroVelo 6 é uma das rotas ciclísticas mais populares da Europa, ligando o Oceano Atlântico (França) ao Mar Negro (Romênia). Atravessa dez países, seguindo os rios Loire, Reno e Danúbio, com experiências culturais e históricas únicas.

Destaques da Rota:

  • Castelos do Vale do Loire: Patrimônio Mundial da UNESCO.
  • Viena: Capital austríaca com herança musical e arquitetônica.
  • Budapeste: Termas, castelos e o Danúbio dividindo a cidade.
  • Delta do Danúbio: Reserva da biosfera com biodiversidade impressionante.

Como Chegar:

  • Aéreo: Voos do Brasil para Nantes (França) ou Constança (Romênia).
  • Transporte local: Trens e ônibus conectam as cidades da rota (verificar regras para bicicletas).

Custos Estimados:

  • Passagem aérea: A partir de R$ 3.800 (ida e volta).
  • Hospedagem: €30 a €100 por noite.
  • Aluguel de bicicleta: €15 a €40 por dia.

Dicas Essenciais para o Cicloturismo na Europa

  • Documentação: Brasileiros não precisam de visto para estadias de até 90 dias na maioria dos países europeus.
  • Chip de celular: Compre um chip local ou eSIM com plano de dados para navegação.
  • Equipamentos: Leve powerbank, ferramentas básicas, roupas adequadas e capacete.
  • Seguro viagem: Essencial para cobrir emergências e imprevistos.
  • Aplicativos úteis: Komoot, Maps.me, EuroVelo Route Planner.

Pronto para Pedalar?
O cicloturismo é uma maneira incrível de explorar a Europa, proporcionando uma conexão profunda com paisagens, culturas e pessoas. Seja qual for sua rota, prepare-se para uma aventura inesquecível. Ajuste o capacete, encha os pneus e siga em frente — a estrada espera por você!

MINIGUIA: ROTEIROS SEGUROS E CULTURAIS EM TEMPOS DE ELEIÇÕES – ÍNDIA E ALÉM

1. Antes de embarcar: planejamento político (sem militância)

• Pesquise o calendário eleitoral do país que você vai visitar. Evite os dias principais de votação e apuração se você busca mais tranquilidade.
• Monitore notícias locais: use apps como Inshorts (Índia) ou Al Jazeera English para acompanhar atualizações e protestos previstos.
• Verifique se há toques de recolher ou bloqueios temporários de serviços públicos em regiões mais tensas.


2. Roteiros culturais seguros na Índia durante as eleições

Delhi (mas com estratégia)
• Evite a região do Parlamento e os arredores de North Block/South Block nos dias de comício.
• Prefira explorar:

  • Qutub Minar
  • Humayun’s Tomb
  • Hauz Khas Village (gastronomia + arte urbana)
    • Hospede-se em bairros como Greater Kailash ou South Delhi, mais afastados da bagunça política.

Varanasi
• Evite os ghats centrais (como Dashashwamedh) no dia da votação.
• Explore a parte mais tranquila ao sul (Assi Ghat) e os ateliês de seda e cerâmica tradicionais nos bairros internos.
• Inclua uma aula de meditação ou aula de música clássica: tradição pura, longe dos comícios.

Rajasthan (Jaipur, Udaipur, Jodhpur)
• Ideal para quem quer mergulhar na história sem tensão política intensa.
• Palácios, havelis, feiras culturais e mercados — tudo com segurança reforçada e paisagens de cinema.

Kerala (sul da Índia)
• Uma boa fuga para o verde: menos politizado, mais espiritualizado.
• Aproveite os cruzeiros pelos backwaters, retiros ayurvédicos e roteiros gastronômicos.
• Perfeito para quem quer paz enquanto o norte do país vota fervorosamente.


3. Como circular durante o período eleitoral

• Trens são confiáveis, mas podem ser redirecionados ou sofrer atrasos nos dias de pico. Use o app IRCTC Connect.
• Evite rodoviárias e estações muito centrais, onde a movimentação de eleitores e policiais costuma ser intensa.
• Motoristas de tuk-tuk são ótimas fontes de notícias locais (e fofocas políticas).


4. Interagindo com o tema local (sem virar parte dele)

• Nunca discuta política local com desconhecidos. Mesmo que o assunto venha naturalmente, ouça mais do que fale.
• Evite vestir cores ou símbolos partidários sem saber — na Índia, uma camisa laranja pode ser mais que moda.
• Se for a comícios por curiosidade, mantenha distância, esteja com documentos e tenha um plano de saída.


5. E se for outro país? Regras que valem universalmente

Durante eleições em qualquer lugar do mundo:
• Evite capitais e centros administrativos em dias críticos (votação e apuração).
• Consulados e embaixadas podem ter serviços limitados. Saiba o endereço da sua em caso de emergência.
• Verifique o funcionamento de atrações turísticas — algumas fecham ou mudam o horário em função do pleito.
• Mantenha-se atualizado por fontes confiáveis: BBC, Reuters, France 24, ou sites do governo local.


6. Oportunidades turísticas que só existem durante o pleito

• Comícios abertos ao público com shows culturais, danças e comida de rua — uma aula de antropologia ao vivo.
• Debates em praças e universidades com jovens engajados, oferecendo um panorama cultural e político direto da fonte.
• Feiras temáticas em algumas cidades (como as “democracy walks” organizadas por ONGs na Índia), que guiam o turista por marcos históricos e explicam o sistema eleitoral local.


7. O que levar na bagagem em tempos de eleições

• Cópia física e digital do passaporte
• Cartão do seguro viagem atualizado
• Aplicativos de transporte local
• Protetor solar (maio é quente na Índia) e paciência (calor e política testam limites)
• Adaptador universal — pra carregar o celular e não perder nada desse espetáculo democrático


Conclusão: Viajar durante eleições pode ser uma experiência única (e bem segura, se feita com consciência)

Você não precisa ser analista político para explorar um país em ano eleitoral. Basta respeito ao contexto, curiosidade genuína e um bom roteiro alternativo. Se bem planejado, o turismo em tempos de voto pode ser uma janela rara para ver a alma de um país — pulsando em cartazes, buzinas, comícios e nas conversas de mercado.

Viajar em tempos de eleições: o que saber antes de visitar a Índia durante um momento decisivo

Não estamos falando de uma convenção chata com discursos longos e suco de laranja aguado, mas sim das eleições na Índia, um evento que mobiliza mais de 900 milhões de eleitores em um processo que dura semanas, envolve de desertos a montanhas do Himalaia, e transforma cidades inteiras em verdadeiros carnavais cívicos.

Sim, é em maio de 2025 que a Índia — a maior democracia do mundo — vai às urnas. E se você estiver pensando em visitar o país durante esse período, se prepare: você vai ganhar uma aula de geopolítica de brinde, talvez encarar alguns desvios no roteiro e, quem sabe, presenciar manifestações pacíficas ou debates acalorados entre motoristas de tuk-tuk.


O que está em jogo na eleição indiana de 2025?

Tudo. E mais um pouco.

Com o atual primeiro-ministro Narendra Modi tentando manter sua influência depois de duas décadas de protagonismo, e uma oposição fragmentada tentando se reagrupar, essa eleição promete ser um ponto de virada para o futuro do país. Em jogo estão temas como:

– crescimento econômico (que anda oscilando entre o foguete e o freio de mão)
– direitos civis e liberdades religiosas
– meio ambiente e energia (spoiler: o Ganges ainda não está limpo)
– políticas externas e a relação com gigantes como China e EUA

E isso tudo, claro, afeta não só os locais, mas também o clima turístico do país.


Mas afinal: vale a pena viajar para a Índia durante as eleições?

Depende do seu espírito.

Se você quer praias desertas, silêncio contemplativo e templos vazios: talvez seja melhor esperar até junho.

Agora, se você curte uma dose de caos organizado, energia política nas ruas e quer ver de perto como um país de 1,4 bilhão de pessoas decide seu futuro com urna eletrônica e chai, então bingo: essa é a viagem da sua vida.


Destinos políticos e históricos que ganham vida no período eleitoral

1. Nova Délhi: o epicentro da política e dos protestos
Além de ser lar de marcos como o Parlamento, Portão da Índia e Red Fort, Délhi é palco de debates acalorados e manifestações — a maioria pacífica — nas praças e avenidas. Durante as eleições, a cidade fervilha com comícios, jornalistas do mundo todo e buzinas ainda mais impacientes.

Como chegar: voos de São Paulo com escala saem a partir de R$ 5.500 ida e volta. Do aeroporto ao centro, o metrô é a melhor opção: rápido, barato (R$ 2-5 por trajeto) e com ar-condicionado — um milagre moderno em maio.

2. Varanasi: onde política e espiritualidade se cruzam
Cidade sagrada às margens do Ganges e reduto de Modi, Varanasi ganha destaque nacional durante as eleições. Os rituais diários ganham tons políticos, com discursos à beira-rio e cartazes flutuando entre as oferendas.

Imperdível: testemunhar uma cerimônia Ganga Aarti ao pôr-do-sol, com direito a mantras e drones sobrevoando por “motivos de segurança”.

3. Amritsar, Lucknow, Jaipur: as surpresas eleitorais
Essas cidades misturam peso histórico com fervor eleitoral. Em Jaipur, por exemplo, o tradicional Palácio dos Ventos serve de cenário para discursos empolgados. Já em Lucknow, reduto do estado mais populoso do país (Uttar Pradesh), a eleição é levada quase como um campeonato de críquete.


O que o viajante precisa saber antes de embarcar

1. Segurança
A Índia não é perigosa durante as eleições, mas algumas regiões podem ter aglomerações e tensões políticas pontuais. Fique longe de protestos grandes, evite discussões partidárias (principalmente se você não entende o contexto) e mantenha seus documentos sempre em mãos.

2. Transporte e logística
Durante os dias de votação, é comum o fechamento temporário de ruas, atrasos em ônibus e até suspensão de serviços turísticos em áreas próximas a seções eleitorais.

Dica: baixe o app IRCTC Rail Connect para ver horários de trens e o app Zomato para pedir comida se tudo fechar no seu bairro.

3. Hospedagem
Evite hotéis perto de centros administrativos, pois podem ser usados por partidos, imprensa ou autoridades. Prefira bairros turísticos consolidados, como Connaught Place (em Délhi), ou Assi Ghat (em Varanasi).

4. Expectativas
Prepare-se para:

– bandeiras coloridas e alto-falantes com jingles políticos a qualquer hora
– ver cabos de energia com mais penduricalhos que árvore de Natal
– ouvir “Vote for ___!” enquanto espera seu prato de biryani


Oportunidade de ouro: turismo político + cultural

Viajar durante as eleições também é uma chance única de:

– visitar memoriais de líderes históricos, como Gandhi e Nehru
– entender como funciona o sistema parlamentarista indiano
– ver de perto um processo democrático que mobiliza mais gente que a população de toda a Europa junta

É como ir a Brasília em dia de posse presidencial, mas com temperatura de 45ºC, comida apimentada e elefantes no trânsito.


Conclusão: a Índia de 2025 está decidindo seu futuro — e você pode assistir de camarote

Viajar durante as eleições indianas pode não ser uma viagem zen, mas com certeza será uma experiência rica, intensa e inesquecível (principalmente se você tem um espírito jornalístico).

Com planejamento, respeito ao contexto local e uma mente aberta, você vai sair do país com mais que fotos no Taj Mahal: vai sair com uma nova compreensão sobre democracia, diversidade e o poder do voto.

Habemus turismo: como o conclave de 2025 transforma o Vaticano num dos destinos mais intensos (e sagrados) do mundo

O mundo se despediu de Papa Francisco, um líder espiritual que marcou uma era com simplicidade, coragem e reformas dentro dos muros do Vaticano — e fora deles também. Com sua morte recente, a Igreja Católica entra oficialmente em período de Sé Vacante, e os olhos de 1,3 bilhão de fiéis (e muitos curiosos) se voltam para Roma, onde o conclave papal já movimenta política, diplomacia e… turismo.

Sim, por mais inesperado que pareça, a escolha do novo Papa não é só um momento religioso — é um acontecimento global, que transforma a cidade eterna numa espécie de mistura entre templo, praça pública e arena espiritual.

Por que viajar para Roma em pleno conclave?

Porque você pode testemunhar um dos rituais mais raros, simbólicos e emocionantes do mundo moderno. Um evento que acontece, em média, só algumas vezes por século. Onde cardeais se reúnem em segredo absoluto na Capela Sistina para decidir o futuro da Igreja — enquanto lá fora, o mundo inteiro segura a respiração esperando a fumaça branca.

Se você estiver por lá, vai vivenciar a história ao vivo, com cheiro de incenso, filas emocionadas e um cenário de tirar o fôlego.

O Vaticano em modo conclave: o que muda (e o que continua sublime)

Durante o período de eleição:

  • A Capela Sistina é fechada para visitação (ela vira o local onde os cardeais votam)
  • A Basílica de São Pedro continua aberta, mas com movimentação mais intensa
  • A Praça de São Pedro se transforma em um grande ponto de vigília e celebração, especialmente no momento da eleição

Enquanto a fumaça preta (sem acordo) ou a branca (temos um novo Papa!) sobe da chaminé improvisada, milhares de pessoas do mundo inteiro estarão ali, com bandeiras, orações, silêncio e lágrimas.

Dicas práticas para quem vai a Roma nesse período:

  1. Hospedagem
    • Priorize bairros como Prati, Trastevere ou Monti, que têm bom acesso ao Vaticano mas ficam fora do tumulto central.
    • Diárias podem variar de R$ 800 a R$ 2.000, dependendo da proximidade e da febre “Habemus”.
  2. Visitação
    • Evite tentar visitar a Capela Sistina até o fim do conclave. Use esse tempo pra explorar outras joias como:
      • Basílica de São João de Latrão
      • Igreja de Santa Maria in Trastevere
      • Castel Sant’Angelo, que liga simbolicamente o Vaticano à cidade romana
  3. Gastronomia com vista papal
    • Bares e restaurantes em Borgo Pio e Via della Conciliazione costumam montar telões com cobertura ao vivo da eleição. Uma pizza e um Papa novo? Temos.

Quando o Papa morre, o turismo espiritual renasce

Mais do que curiosidade, o que atrai tantos viajantes nesse momento é a chance de vivenciar algo maior do que si mesmo.

Seja qual for sua religião, é impossível ficar indiferente a:

  • O silêncio respeitoso da multidão na hora do anúncio
  • O momento do “Habemus Papam” pronunciado da sacada da Basílica
  • O primeiro aceno tímido (ou firme) do novo Papa, envolto em uma capa de responsabilidade global

E depois do conclave? O turismo religioso se espalha

Com a escolha do novo Papa, o interesse por seus lugares de origem, formação e espiritualidade cresce instantaneamente. Prepare-se para:

  • Um boom turístico na cidade natal do novo pontífice (que ainda é desconhecida no momento)
  • Interesse por santuários e tradições associadas à sua história pessoal
  • Roteiros que ligam Roma, Assis, Loreto, Turim, Cracóvia ou até cidades da América Latina ou África, caso o novo Papa venha de fora da Europa

Conclusão: fé, história e turismo num só roteiro

Viajar para Roma durante um conclave não é só estar num ponto turístico — é estar num ponto de virada.

Você pode voltar com uma mala cheia de lembranças, sim, mas também com um olhar mais humano sobre um dos rituais mais antigos e simbólicos do planeta.

O mundo está de luto, mas também em expectativa. E você pode acompanhar tudo do coração da Igreja, ao vivo, em tempo real e com um bom espresso na mão.

O turista indesejado: cidades que dizem ‘basta’ ao overtourism e como você pode viajar com mais consciência

Vamos encarar uma verdade incômoda: em 2025, ser turista em certos lugares virou quase um insulto. Cidades como Barcelona, Veneza, Amsterdã e até Machu Picchu estão dizendo “basta” ao overtourism — o turismo em massa que, em vez de impulsionar a cultura e a economia local, vem esgotando moradores e sufocando os destinos.

Sabe aquela sua selfie num canal veneziano? Pode estar sendo observada com impaciência por quem só quer voltar pra casa sem desviar de milhares de malas nas calçadas.

Mas o que está acontecendo com os destinos mais icônicos do planeta? E como continuar viajando sem ser visto como um invasor? Respira fundo, passaporte em mãos e vem entender como ser um viajante mais consciente.


O que é overtourism? — e por que isso se tornou um problema global

Overtourism vai muito além das multidões na sua frente na hora da foto perfeita. É quando o número de visitantes ultrapassa o que aquele local consegue sustentar — em infraestrutura, cultura e meio ambiente.

As consequências?

  • Moradores forçados a deixar suas casas por causa de aluguéis altíssimos
  • Aumento de lixo e danos em áreas históricas
  • Tradições locais virando espetáculo para turista ver
  • E o mais triste: cidades perdendo sua essência, grupo turístico por grupo turístico

Destinos que estão dizendo “chega!”

1. Veneza – Um patrimônio à beira do colapso

Com menos de 50 mil moradores no centro histórico e mais de 20 milhões de visitantes por ano, a cidade não respira sem tropeçar em grupos guiados por bandeirinhas.

Medidas já adotadas:

  • Cobrança de entrada para visitantes de um dia (€5, desde 2024)
  • Restrição à entrada de grandes cruzeiros
  • Sistema de reserva obrigatória em dias de pico

2. Barcelona – A cidade que cansou de ser “parque temático”

Tapas, Gaudí e praias atraem multidões, mas o charme virou fardo. Em 2025, os protestos voltaram às ruas com mensagens como “Barcelona no es un parque temático”.

O que mudou:

  • Regras mais rígidas para novos Airbnbs
  • Fiscalização contra comportamentos de “turismo tóxico”
  • Limite de 20 pessoas por grupo turístico em bairros históricos

3. Amsterdã – Recriando a própria imagem

A capital holandesa quer se livrar da fama de “playground europeu”. Com campanhas como Stay Away, o recado é claro: se for pra vir, venha com respeito.

As ações:

  • Proibição de tours guiados no Red Light District
  • Bloqueio a novas lojas voltadas exclusivamente a turistas
  • Aumento nas taxas de hospedagem e incentivo ao turismo em bairros menos visitados

E eu com isso? Como viajar sem ser o turista inconveniente?

1. Escolha bem a época
Fuja da alta temporada. Evitar o verão europeu ou feriados globais faz bem pra você e pro destino.

2. Vá além do roteiro óbvio
Quer ver o Coliseu? Vá. Mas reserve parte da viagem para descobrir bairros menos explorados, pequenas cidades ou experiências rurais. Uma noite em Nîmes pode ser mais francesa que uma semana em Paris.

3. Gaste com propósito

  • Prefira hospedagens de moradores
  • Apoie restaurantes frequentados por locais
  • Contrate guias independentes
  • Escolha experiências que respeitem a cultura e o meio ambiente

4. Aprenda o mínimo do idioma
Um “por favor” ou “obrigado” no idioma local muda tudo. Mostra respeito e interesse genuíno.

5. Informe-se antes de ir
Entenda os dilemas locais, as regras culturais e evite gafes que pareçam inocentes mas são ofensivas — como subir em monumentos históricos.


Turismo do futuro: mais consciente, mais leve e mais significativo

Viajar é um privilégio. Mas, mais do que isso, é uma responsabilidade. O novo turismo pede menos pressa e mais empatia. Não se trata de abrir mão das aventuras e das fotos incríveis, mas de dar a elas um significado mais profundo — um que respeite os lugares e quem vive neles.