Se você está lendo isso pelo celular, já pode considerar esse o começo do treino para sua próxima viagem. O desafio? Largar o aparelho.
Sim, a exaustão digital é real. Rolagens infinitas, mensagens sem fim, notificações que surgem do nada (ou nem chegam)… Bem-vindo à era do turismo de silêncio digital, uma das tendências mais fortes do segundo trimestre de 2025. Acredite: em tempos de hiperconexão, desconectar virou luxo. E dos bons.
Por que alguém pagaria para se desconectar?
Porque estamos no limite. Entre vídeos de 15 segundos, reuniões no Zoom e grupos de WhatsApp que nunca dormem, o cérebro está pedindo socorro. Cada vez mais viajantes estão trocando o Wi-Fi grátis por zero sinal, os spas digitais por retiros no meio do nada, e o temido FOMO (“fear of missing out”) pelo glorioso JOMO — joy of missing out.
E se essa ideia de jogar o celular longe já parece tentadora, respira. Abaixo, você encontra uma seleção de destinos perfeitos para desaparecer do mapa com classe, consciência e muita paz interior.
1. Aldeias sem Wi-Fi na Romênia — o silêncio dos Cárpatos
Onde ir: Viscri, Breb, Maramureș
O que esperar: Nada de notificações. Só natureza intocada, tradições medievais e pão saindo do forno à lenha.
Hospedagem: Casas tradicionais restauradas, algumas até com a ajuda do Príncipe Charles.
Custos médios:
- Passagem ida e volta para Bucareste: R$ 3.500
- Diária com pensão completa: a partir de R$ 150
- Atividades extras: trilhas, aulas de panificação e tear
Por que vale a pena?
Porque é como viver numa Europa de outro século. Charrete no lugar de Uber, mercado de rua no lugar de shopping — e nenhum rastro de Wi-Fi.
2. Resorts “no phone” na Nova Zelândia — luxo com modo avião
Onde ir: Aro Hā Retreat (Glenorchy), Awaroa Lodge (Parque Nacional Abel Tasman)
O que esperar: Programação focada em bem-estar, ioga ao nascer do sol, refeições orgânicas — e celulares proibidos fora dos quartos.
Custos médios:
- Passagem aérea: R$ 7.000
- Diária all inclusive: a partir de R$ 1.800
- Extras: massagens, trilhas pelos Alpes do Sul, meditação guiada
Por que vale a pena?
Porque até o Wi-Fi se recusa a chegar nesses lugares. E depois de três dias sem tela, você redescobre o céu, o cheiro do mato e o prazer de uma conversa longa.
3. Imersão Amish nos EUA — desconexão com chapéu e cavalos
Onde ir: Lancaster County (Pensilvânia), Shipshewana (Indiana)
O que esperar: Hospedagem em fazendas Amish, rotinas locais autênticas e zero tecnologia — nem geladeira elétrica.
Custos médios:
- Passagem aérea: R$ 4.000
- Diária com refeições: entre R$ 300 e R$ 450
- Extras: feiras de artesanato, charretes, produção artesanal de queijos
Por que vale a pena?
Porque mais que desconexão, é uma aula de simplicidade. A vida Amish convida à presença, ao foco no agora — e ao propósito.
4. Retiro “No Signal” em Portugal — quando o sinal cai de propósito
Onde ir: Serra da Estrela
O que esperar: Chalés sem energia elétrica, luz de velas, montanhas, silêncio e isolamento total.
Hospedagem: Eco-lodges e refúgios sustentáveis
Custos médios:
- Passagem aérea: R$ 3.000
- Diária: R$ 500
- Extras: trilhas com pastores locais, produção de queijo da serra, culinária rústica
Por que vale a pena?
Porque aqui a falta de sinal não é recurso — é conceito. E o presente que você recebe em troca é tempo, ar puro e vista de tirar o fôlego.
Dica de ouro: leve um caderno
Durante o detox digital, um simples caderno pode virar seu novo feed: onde você escreve, desenha, pensa. Sem estímulos constantes, muita gente redescobre a criatividade — e se reconecta com o que realmente importa.
E quando o Wi-Fi voltar a fazer parte da sua vida, talvez você perceba que o maior luxo do nosso tempo é, simplesmente, parar.