Se você é daqueles que não perde uma promoção de passagem e sabe de cor a diferença entre taxa de embarque e taxa de câmbio, já deve ter topado com uma sigla que vem tirando o sono dos viajantes: IOF.
O temido Imposto sobre Operações Financeiras sofreu mudanças recentes que estão pesando — e muito — no bolso de quem ama viajar. E apesar de alguns ajustes parecerem sutis, o impacto real nas finanças é significativo.
Afinal, o que é IOF?
O IOF é um imposto federal aplicado sobre diversas transações financeiras, como câmbio, crédito, seguros e investimentos. Para quem viaja, ele aparece em quase tudo que envolve dinheiro no exterior: desde a compra de moeda em espécie até o uso de cartões internacionais e remessas para fora do país.
O que mudou em 2025?
No final de maio, os decretos 12.466 e 12.467 trouxeram reajustes nas alíquotas do IOF, justamente no momento em que o mercado esperava reduções graduais — conforme prometido lá em 2022. Confira os principais pontos da mudança:
💳 1. Cartões internacionais (crédito, débito e pré-pagos)
- Antes: 3,38%
- Agora: 3,5%
A alíquota subiu discretamente, mas o problema maior está na mudança na base de cálculo e no fim de algumas isenções. Resultado? Na prática, ficou mais caro usar cartão fora do Brasil.
💵 2. Compra de moeda estrangeira em espécie
- Antes: 1,1%
- Agora: 3,5%
Um dos aumentos mais sentidos. Quem costuma comprar dólar ou euro antes da viagem vai pagar mais do triplo em IOF.
🌍 3. Remessas internacionais (como cursos, serviços e ajuda a residentes no exterior)
- Antes: 0,38% (na maioria dos casos)
- Agora: 3,5%
Remessas que antes tinham alíquotas diferenciadas — como pagamentos de educação no exterior — agora estão dentro da nova regra unificada. O custo subiu, e muito.
📈 4. Investimentos no exterior
- Continuam isentos de IOF em boa parte dos casos. Mas o governo anunciou novas regras de fiscalização e cruzamento de dados. Ou seja, olho vivo se você investe fora.
O truque por trás dos números
Em alguns casos, a alíquota até parece ter caído — como no cartão de crédito. Mas a reformulação da forma de cobrança, combinada com o fim de exceções, significa que o custo real subiu. É como se o IOF tivesse mudado a embalagem, mas mantido (ou aumentado) a mordida.
Tem como escapar? Não exatamente. Mas dá pra reduzir os danos:
✅ 1. Planeje com antecedência
Acompanhe o câmbio e vá comprando moeda aos poucos. O IOF é fixo (3,5%), mas pegar boas cotações faz diferença no custo final.
❌ 2. Evite usar o cartão de crédito no exterior
Além do IOF de 3,5%, o cartão usa o câmbio do dia do fechamento da fatura — o que pode te pegar de surpresa. Prefira opções com câmbio fechado no momento da transação.
🌍 3. Considere contas globais
Fintechs como Wise, Nomad, Inter Global e C6 Global têm IOF de 3,5%, mas geralmente oferecem spreads menores e mais transparência do que bancos tradicionais. Ainda assim, não são isentas de imposto.
💡 4. Pesquise formas de pagamento locais
Em alguns destinos, vale mais a pena pagar em dinheiro ou usar apps locais. Plataformas internacionais já permitem, por exemplo, Pix para fora do Brasil com menor custo.
🌎 5. Estude a moeda do destino
Se o país aceita dólar, vale comprar com antecedência. Já destinos como Japão, Argentina ou China exigem atenção extra: trocar moeda em cima da hora pode ser um péssimo negócio.
Conclusão: IOF não dá mais para evitar — mas dá para enfrentar com estratégia
As novas regras complicam a vida de quem ama viajar, mas não tornam impossível o sonho de conhecer o mundo. Com informação, planejamento e escolhas conscientes, ainda dá para carimbar o passaporte sem estourar o orçamento.
Viajar continua sendo uma das experiências mais ricas que se pode ter — só que agora exige mais planilha e menos impulso. Respira fundo, ajusta o câmbio, e segue o baile!