Destino de Aniversário: Porto de Galinhas

Agosto havia chegado, e eu ainda não tinha definido qual seria o destino de meu aniversário (como
minha tradição pessoal, costumo viajar nesta data), eis que surgiu uma oferta de passagem aérea
para Recife, e como bem sei que voar de Sampa para qualquer destino ao Norte ou Nordeste do país
é mais caro que algumas passagens aéreas internacionais, eu não perdi tempo e, pela bagatela de R$
320,00, consegui uma passagem de ida e volta. Aproveitando o privilégio que tenho de trabalhar em
regime remoto, o fantástico Home Office (ou no meu caso ‘Anywhere Office‘), eu já arrumei minha
mochila para a trip que seria dali a três dias. (Sou emocionado!).

Crédito: Arquivo Pessoal/Robson Costa

No dia da viagem, eu estava tão ansioso quanto estive em tantas outras. Embebido dos estereótipos
que fomentam o destino, fui ao aeroporto vestindo uma camisa regata e bermuda, enfrentando o frio
austral do inverno paulistano. Isso causava espanto nos demais passageiros, que estavam
encapotados e lançavam olhares de julgamento. Então logo pensei: _’Errei, fui muleke!‘ Passei frio
o percurso inteiro.

Crédito: Arquivo Pessoal/Robson Costa

Chegada em Recife: Primeiras Impressões e Previsão do Tempo

Já em Recife, com o tempo nublado, resolvi olhar a previsão, e me senti um completo idiota:
previsão de chuva para a semana inteira. Ainda no aeroporto, obtive informações no guichê de turismo sobre como chegar a Porto de Galinhas.

Descobri que lá mesmo havia duas opções de ônibus para o destino: um “de linha”, que
fazia várias paradas no caminho, por R$ 10 (em 2023), e um ônibus expresso, mais confortável, que
ia direto por R$ 20. Fui sendo assediado até me convencerem a ir de van.

Crédito: Arquivo Pessoal/Robson Costa

O Primeiro Perrengue: A Kitnet Misteriosa

Aí começou um perrengue: eu havia reservado uma “kitnet” que, no mapa fornecido pelo Airbnb,
estava localizada de frente para o mar, pé na areia, a 1 km do centro turístico. Mas, ao chegar no
lugar marcado no mapa, era um imóvel por construir (ou destruído): havia apenas o alicerce e uns
materiais. Para meu desespero, começava uma leve garoa.

Liguei para a anfitriã, e ela me passou uma localização completamente diferente, mas pelo menos
mais perto do centro. Fui caminhando tentando achar, quando um cidadão me abordou e ofereceu
ajuda. Eu disse que não precisava, mas ele insistiu dizendo que sabia onde era. Ele me levou para o
lado oposto, pediu ajuda a outro que disse que era onde eu já estava antes, e, se não bastasse, ainda
me pediu uma gorjeta por ter me “ajudado”. Educadamente, eu disse: “Mas nem fudendo! Com
licença!”

Após muito caminhar, várias ligações com a anfitriã e a ajuda de seu filho, achei o local. Simples,
mas compatível com o valor da estadia. Confesso que o estresse inicial e todo o deslocamento me
inclinaram a buscar outro local, mas achei melhor não investir mais energias nisso e focar no
destino.

Crédito: Arquivo Pessoal/Robson Costa

Rotina e Exploração: Dias Ensolarados em Porto de Galinhas

Apesar da garoa no primeiro dia, todos os demais foram lindos e ensolarados. Criei uma rotina:
acordava às 5 e pouco da manhã, ia para a praia, fazia alguns exercícios (como correr e nadar), e às
7 começava meu expediente de trabalho, seguindo direto até às 14h. Depois, parava para comer e ia
explorar a região, retornando para concluir meu trabalho das 18h às 20h.

Passeios Imperdíveis:

  • Fiz o famoso passeio de jangada. O ideal é ficar de olho na régua da maré, mas o melhor dia
    para esse passeio estava nos meus outros planos. Acabei indo em um dia que a maré
    permitiu 70% da melhor experiência, por assim dizer.
  • Desbravei várias praias lindas, com águas quentinhas (prefiro águas frias), e vi um pôr do
    sol incrível à beira-mar.
  • Encontrei um Baobá enorme e solitário no alto de uma leve trilha. Aproveitei sua sombra
    para um descanso e uma leitura.
  • Apesar da riquíssima qualidade cultural do Baião, Frevo e outros gêneros locais, não
    consegui abrir mão do pub de rock que tinha música ao vivo e até karaokê no centro.
  • Fiz um bate e volta em Maceió para conhecer o super turístico Caminho de Moisés. Mas dei
    com os burros n’água: a maré estava mais alta do que pensei e o céu bem nublado. Ainda
    assim, explorei outras praias por lá e foi bem proveitoso.

A Maior Aventura: Ilha de Santo Aleixo

A maior aventura foi, sem dúvida, a Ilha de Santo Aleixo. Eu não tinha medo de mar… até aquele
dia. O passeio é muito bem organizado: uma van te busca na hospedagem e te leva até perto do
destino. Depois seguimos de táxi (já incluído) até o local de onde partem as embarcações para a
ilha. Em um barco aparentemente seguro, saímos com umas 10 pessoas. Aí começa a verdadeira
aventura.


Ao adentrar o mar, as ondas ficavam revoltas e altíssimas (para mim, que não sou do mar). O barco
era arremessado para o ar e caía com baques “secos” no mar, e nossas colunas eram o que
amorteciam as quedas. Na tentativa de evitar que o barco pulasse outra dessas ondonas, o “capitão”
tentou passar de lado por uma delas. Foi quando quase deu para ouvir os violinistas do Titanic
tocando o som do naufrágio. O barco virou a 45°, molhando a todos e tudo que levávamos conosco.

Não sei quanto tempo leva a travessia; deve ser pouco, mas parecia uma eternidade. Enfim
chegamos à ilha. Lá, além das praias lindas, um guia nos levou para um tour explicando um pouco
da história. Depois, almoçamos em outra embarcação (almoço cobrado à parte). O retorno foi bem
mais tranquilo, mas não evitou alguns sustos com ondas quebrando.

Conclusão

Fiz novas amizades, passei perrengues, vivi aventuras e isso é só um resumo. Antes de voltar para
casa, ainda dei trabalho ao meu anjo da guarda em Recife e Olinda… mas deixarei isso para outro
post.

Crédito: Arquivo Pessoal/Robson Costa

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